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quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Necrochorume, cocô de cachorro, fezes de gato e titica de pombo, qual a relação entre eles?
Nenhuma, a não ser pelo fato de que as fezes dos gatos, dos cães
e dos pombos sempre levam a culpa pelos males que o
necrochorume pode causar à população desinformada!
Mas, afinal, o que é necrochorume? Nada mais, nada menos que o
líquido que escorre dos corpos mortos em decomposição nos
cemitérios. O necrochorume é um líquido viscoso, escuro, de odor
forte e desagradável, tornando–se um problema sério por causa do
enorme potencial de contaminação do solo e da água. Apresenta alto
grau de patogenicidade devido à presença de bactérias, vírus e
outros agentes causadores de doenças, possuindo substâncias
orgânicas tóxicas (putrescina e cadaverina), que pode, muitas vezes,
ser o causador de doenças infectocontagiosas normalmente
atribuídas às fezes dos pobres animais, é mais fácil, né?
Por estarem muito próximos aos centros urbanos, os cemitérios,
principalmente os públicos, expõem sim a população a uma
variedade imensa de doenças. Primeiramente com a contaminação
das águas subterrâneas de menor profundidade (aquífero freático)
ou de águas superficiais, como canais, córregos, ribeirões etc.
Quem ainda não foi a cemitérios onde as covas estão abertas,
rachadas, onde os ossos ou materiais dos mortos estão visíveis
para quem quiser ver?
O maior perigo estão nos cemitérios que enterram os mortos
diretamente em contato com a terra. Para os pesquisadores, muitos cemitérios estão
contaminando o solo e as águas subterrâneas inclusive com metais
pesados. Ao contaminar o solo, o lençol freático, responsável por
95% da água que se consome no planeta, segundo a ABAS –
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - , está
invariavelmente contaminado e ninguém se dá conta, nada mais
importante hoje em dia que uma política ambiental e cuidados
sanitários. Já sabemos do descaso do poder público que não está
nem aí para os seus contribuintes, e que continua com a mesma
política do melhor não falar, melhor não alertar,melhor não
resolver, afinal, eles têm os animais para culpar e,que, na
verdade, sempre pagam o “pato” pelas desordens físicas que a
população possa vir a ter por causa dos necrochorumes!
Não sou a favor de cocozinhos nas calçadas, mas também
não vou compactuar com a sem-vergonhice do poder público,
chamando a atenção para pequenos detalhes, manipulando,
assim, a opinião pública a seu favor e contra os animais.
Enquanto os grandes problemas, os realmente geradores de
desgraças, ficam escondidinhos debaixo da terra, pelo menos, os
cocozinhos dos animais você pode ver, pode evitar, pode limpar,
não são como as doenças transmitidas pela água contaminada
dos cemitérios.
Na terra são enterradas todas as doenças, todos os medicamentos, todas as impurezas que,
porventura, estejam encerradas nos corpos doentes, daí a preocupação com o solo e com as águas
subterrâneas, isto sem citar os inseticidas que são colocados para matar baratas e outros insetos
nos solos dos cemitérios. Em dias de enxurradas, certamente, todos os males dos corpos e dos
pesticidas se misturam com as águas da chuva, escorrendo pela terra e acumulando-se em covas inundadas. E, adivinhem para aonde vão depois, levando os vírus, as bactérias, os agentes
transmissores de doenças, como a febre tifóide, poliomielite, meningite, hepatite, tétano etc.?
O necrochorume é apontado por especialistas como o vilão da qualidade das águas
subterrâneas. Enquanto o poder público continuar a culpar os cocozinhos dos animais nas calçadas
pelos males da humanidade, o necrochorume continuará contaminando o solo, levando doenças
pelas águas que bebemos, derramando-se e infiltrando-se em nossos corpos e de nossas crianças,
por culpa da falta de interesse em deixar nossos mortos bem cuidados, sem que precisem
contaminar os seus vivos.
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